Lembro-me de a minha querida avó Rosa contar histórias do "malandro" do meu pai, segundo ela, que só queria era andar na rua. Umas das histórias mais deliciosas, recordadas hoje com altas gargalhadas ao almoço, foi a do meu pai ter ido à mercearia fazer um recado à minha avó. Qual menino bem comportadinho, chegou a casa, entregou as compras e adeus, já volto. A D. Maria Rosa, mulher vivida, não se deixava enganar, sabia bem que havia troco a receber daquele menino... "Espera que eu já te apanho". Ele, armado em chico-esperto, foi para o cinema mais os amigos, o velhinho cinema Royal da Rua da Graça, mesmo ao pé de casa. A avó esperou pelo intervalo, pediu ao senhor para entrar porque tinha que ir buscar "aquele malandro" e entrou pelo cinema adentro, louca, de colher de pau em punho! O meu pai viu-a a descer pelo corredor da direita e pirou-se pelo da esquerda. Diz que foi a maior vergonha da vida dele! Priceless....
Adoro este história e a minha avó contava-a vezes sem conta, perdida de riso!
Tenho MUITAS saudades dela, das suas histórias e especialmente do seu jeito para a comida e para os bolos. Era tudo divinal! Ah mulher de armas!