O prazer...

... de andar de transportes públicos. Sim, hoje embirrei com os metros e carris desta vida. Há toda uma dinâmica em torno das filas para os autocarros. As senhoras velhas e a abarrotar de sacos, criam as regras INQUEBRÁVEIS das filas (vulgas bichas, mas isso fica para outra altura....). Toda a gente conhece uma paragem de autocarro. Todos sabemos que, se não estamos dentro da própria, vamos para o fim da bicha... fila... vá... Até aqui tudo bem, tudo bom, tudo dentro dos parâmetros normais. Só que, eis senão quando, se começam a formar duas filas, uma em cada ponta da paragem! Eu, que sou conhecedora das regras e que tenho medo de ser linchada, vaiada ou mesmo de levar com um saco de couves na tromba, vou para a fila "certa"... Quando o autocarro chega, é como se entrassemos numa igreja, tal é o volume de vozes a rezar, qual 13 de Maio na Capelinha das Aparições. O pior é quando elas se viram para nós como que a pedir a benção. Eu respondo "pois pois é uma vergonha" e entro no autocarro, certa que nesse dia ainda vou poder abraçar e beijar o meu mano caçula. O que apetece dizer nessa altura é "ouça lá, então mas quem é que criou aqui as regras?? Foi você?? Tá a ver aqui algum sinal que diga que a fila tem que ser deste lado??A p**a da velha... F***-se". Mas não. Eu tenho amor à vida e levo estes pequenos episódios no coração e tento esquecê-los com uma garrafa de vinho carrascão ao jantar. (mentira... era só para acabar o texto com uma certa e determinada carga dramática....)